história da cabocla JUREMA
O sol girou uma vez mais ao redor da Terra e quando os
raios da manhã tocaram a sua testa, a cabocla gritou:
- Sou Jurema!!!
E pulou do galho
mais alto da árvore gigante e pareceu voar por entre os
pássaros e outros seres alados da floresta; mergulhando no rio profundo, de onde
emergiu, nadando com os botos que entendiam o seu canto:
"Cabocla
Seu penacho é verde
Seu penacho é verde
É da cor do mar
É a cor da Cabocla Jurema
É a cor da Cabocla Jurema
É a cor da Cabocla Jurema
Jurema que aprendera a resistir ao canto do boto, ao
emboscadas e que sentia o cheiro à distância de ciladas, não conseguiu resistir
ao amor que fluia do seu peito por aquele guerreiro. Observando o caboclo preso,
ela viu nos olhos dele, as mil vidas que eles passaram juntos, viu seus filhos,
o amor que os unia além da carne e percebeu que não foi por acaso, que ele fora
o único caboclo capturado vivo, e decidiu libertá-lo, mesmo sabendo que seria
expulsa da sua tribo.
Na fuga, seu próprio povo a perseguiu, e em meio a chuva
de flechas voando na direção do caboclo fugitivo, foi Jurema que caiu, salvando
o seu amado e recebendo a ponta da morte que era pra ele, no seu próprio
peito.
Conta a lenda, que o caboclo Huascar voltou a Terra do
Sol e fundou um império nas montanhas andinas e mandou erguer um templo chamado
Matchu Pitchu em homenagem a Jurema, onde, só as mulheres da tribo habitariam e
lá aprenderiam a ser guerreiras como a mulher que salvara a sua vida. E no lugar
onde a Jurema caiu, nasceu uma planta robusta e muito resistente que dá flor o
ano inteiro, cujo formato exótico e o tom amarelo-alaranjado intenso chamou
atenção de todas as tribos, pois tudo dessa planta poderia ser utilizado, desde
as sementes, até as flores e o caule; e porque as flores dessa planta estão
sempre viradas para o astro maior; ela ficou conhecida como
girassol.
Texto do Frank Oliveira
Que a Divina Luz esteja entre
nós
Emidio de Ogum
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